3 Julho a 26 Setembro 2021
O fotógrafo Hugo Ganhão, natural de Espinho, apresenta no Centro Multimeios a exposição com o título “4500”, em que a sua cidade serve como pano de fundo para a apresentação do seu trabalho.
A inauguração será no dia 3 de Julho (sábado), pelas 16:00, sendo que a exposição estará patente na galeria do Centro Multimeios, até ao dia 26 de Setembro.
Biografia
Hugo Ganhão, natural de Espinho, desde cedo teve ligação com a praia e mar. Essa ligação fê-lo viajar em 2001 acompanhado pelos seus amigos para um destino em que a prática do surf é celebrada. Essa mesma viagem permitiu a aproximação ao mundo da fotografia, despertando nele uma profunda curiosidade sobre esta arte. Em 2006 termina o seu percurso académico na Escola Superior Artística do Porto, partindo de imediato para Paris, onde teve oportunidade de trabalhar com Giacomo Bretzel. Após essa incursão retorna a Portugal, trabalhando desde então como freelancer nas mais diversas vertentes da fotografia. Atualmente, desenvolve trabalho com uma base documental, sendo esse o mote para o projeto que apresenta, enquadrando a sua cidade como pano de fundo.
Sobre a Exposição
As imagens de 4500, conforme o propósito do código postal, são como localizações espaciais, etapas de percursos geo-deslocalizados, capítulos de uma narrativa temporal dessincronizada, tesouros inexplorados para autóctones e experiências familiares para alóctones. Retratam lutas individuais, desafios particulares e dinâmicas intrínsecas de quem vive, cria e modula o espaço circundante. Quadros capturados num outro quadro. Imagens que apresentam pontos de fuga para uma realidade alternativa, como a toca do coelho por onde Alice encontrou o lado de trás do reflexo. Aqui, são reveladas paisagens remendadas e personagens caricatas que brilham sob pontos de vista únicos, ao mesmo tempo que assumem o conflito permanente do natural/cultural e vestem a pele da dicotomia entre a urbe e o silvestre.
4500 assume-se como uma lente que foca o cenário decrépito e decadente que grita por atenção perante o abandono, a desocupação e esquecimento. São apelos mudos de um deserto pandémico, propício a realçar uma cidade refém do crédito e a soldo da usura e manigância – “Será que me ouves quando chamo por ti?”, é o eco visual que se retém ao percorrer este universo.
Mas este fotografar também é um ato consciente, político e filosófico. Estica os limites do espaço e desafia as suas funções. Mais do que denunciar um fenómeno, faz por elevar questões e brotar dúvidas. Transporta o olhar para uma relação com a realidade em forma de luz a invadir a escuridão, que nem uma evocação constante da alegoria da caverna, em que os instantes captados servem para desencadear todas as questões, exceto “quando tal irá acontecer?”. Perante isto, que a fruição espolete também a consciencialização.
E se existem imagens que valem mil palavras, então o Hugo Ganhão redigiu uma enciclopédia.
Marco Coutinho
Horáriode visita terça a sexta-feira: 10:00 – 18:00 / 21:00 – 22:00
sábado, domingo e feriados: 15:00 – 19:00 / 21:00 – 22:00
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